A regulação de criptoativos no Brasil marca o fim da marginalização do cripto ao consolidar o setor como parte reconhecida do sistema financeiro. Paulo de Matos Junior, empresário atuante no mercado de câmbios e criptoativos desde 2017, entende que esse reconhecimento oficial muda o eixo do debate: o foco deixa de ser “se cripto é confiável” e passa a ser “como operar com segurança, transparência e responsabilidade”. Com regras claras, o mercado ganha linguagem institucional e melhora sua reputação.
Além disso, essa virada cria um ambiente mais favorável para inovação, atração de capital e expansão de serviços, sem renunciar a controles compatíveis com a relevância do setor. Desvende ainda mais sobre o tópico a seguir:
Regulação de criptoativos e reconhecimento oficial: do “paralelo” ao sistema financeiro
A regulação de criptoativos promove um salto institucional ao enquadrar o setor dentro de regras e responsabilidades compatíveis com o sistema financeiro. Conforme informa Paulo de Matos Junior, o reconhecimento oficial corrige um problema histórico: a atuação em um ambiente de interpretações dispersas, em que usuários tinham dificuldade para entender direitos, deveres e níveis de proteção.
Ademais, a formalização incentiva maior padronização em auditorias, relatórios e processos internos, o que melhora a comparação entre prestadores e serviços. O consumidor ganha mais clareza sobre custódia, liquidez, taxas, políticas de segurança e responsabilidade por incidentes. Ao mesmo tempo, empresas sérias conseguem mostrar robustez operacional com evidências, e não apenas com promessas.
Supervisão, autorização e confiança sistêmica
A regulação de criptoativos também reposiciona as PSAVs ao exigir autorização formal e cumprimento de requisitos que reforçam a confiança sistêmica. De acordo com Paulo de Matos Junior, essa transformação aproxima o funcionamento das prestadoras de serviços de ativos virtuais dos padrões já aplicados a bancos e fintechs, especialmente em temas como gestão de riscos, controles internos e governança. Na prática, operar com cripto tende a demandar organização e processos.

Esse novo cenário cria um filtro de qualidade no mercado. Empresas que investem em segurança, controles e transparência passam a competir por eficiência e reputação, e não por atalhos. Além disso, a supervisão contínua reduz falhas operacionais e fortalece a capacidade de prevenção contra fraudes, esquemas ilegais e práticas que corroem a confiança do setor. Com isso, a credibilidade não depende apenas da narrativa de inovação, mas de evidências de conformidade e consistência operacional.
Mainstream, empregos e inovação responsável
A regulação de criptoativos acelera a entrada do cripto no mainstream econômico ao transformar incerteza em planejamento. Assim como frisa Paulo de Matos Junior, quando o mercado compreende regras e responsabilidades, surgem condições reais para investimento de longo prazo, desenvolvimento de produtos e profissionalização de equipes. Esse movimento tende a gerar empregos em tecnologia, compliance, auditoria, segurança cibernética e operações de câmbio.
Nesse sentido, a integração entre cripto e câmbio abre oportunidades relevantes para eficiência em transações, liquidação e soluções globais. Stablecoins, tokenização e trilhas de pagamentos podem evoluir em ambiente mais seguro, com melhor rastreabilidade e governança. Isso favorece empresas que lidam com comércio internacional, serviços digitais e operações transfronteiriças, reduzindo fricções e aumentando competitividade. O ambiente regulado sustenta inovação sem comprometer responsabilidade jurídica.
Em resumo, a regulação de criptoativos no Brasil simboliza o fim da marginalização do cripto ao consolidar o setor como parte reconhecida do sistema financeiro. Ao estabelecer critérios, responsabilidades e padrões, o país amplia confiança, atrai capital e eleva o nível de profissionalização das empresas. Para Paulo de Matos Junior, esse reconhecimento oficial não elimina a volatilidade inerente ao mercado, mas cria condições para que riscos sejam entendidos, monitorados e geridos com seriedade.
Autor: Fred Kurtz