O subtenente Julio Cezar Rodrigues Eloi, do Exército Brasileiro, recentemente publicou um artigo destacando o potencial do metaverso como uma tecnologia inovadora para aplicações militares. Em seu texto, ele explora a ideia do “battleverse”, um conceito que já está sendo implementado em várias forças armadas de grandes potências, como a China. O subtenente argumenta que o metaverso pode oferecer soluções valiosas para o treinamento e a estratégia militar, refletindo uma tendência crescente no uso de tecnologias emergentes nas operações de defesa.
De acordo com o artigo do subtenente, o “battleverse” é uma realidade que se relaciona com diversas inovações tecnológicas, incluindo a blockchain, que é a base das criptomoedas. Ele enfatiza que, nos últimos anos, tecnologias como realidade aumentada, realidade virtual e inteligência artificial têm se desenvolvido rapidamente, e o metaverso ocupa um lugar de destaque nesse contexto. Essa interconexão entre diferentes tecnologias pode proporcionar um ambiente mais eficaz para o treinamento e a simulação de cenários militares.
O subtenente também menciona que a blockchain, como parte do metaverso, pode desempenhar um papel crucial na segurança das operações militares. A utilização dessa tecnologia pode ajudar a proteger dados sensíveis e garantir a integridade das informações trocadas entre os militares. O artigo destaca que a integração de tecnologias como a blockchain e o metaverso pode criar um sistema robusto que melhora a eficiência e a segurança das operações militares.
Em seu estudo, o subtenente Julio Cezar se baseou em pesquisas recentes, incluindo o trabalho de Zhai et al. (2023), que aponta que o metaverso integra várias tecnologias, como interação humano-computador, jogos, inteligência artificial, redes e computação, além de gêmeos digitais. Essa diversidade de tecnologias permite que o metaverso seja uma ferramenta poderosa para o planejamento estratégico e a simulação de operações militares, oferecendo um espaço virtual para a prática e o desenvolvimento de habilidades.
Entre as principais aplicações do metaverso no ambiente militar, o artigo menciona o planejamento estratégico, o treinamento virtual, a coleta e análise de informações, e a pesquisa e inovação tecnológica. Essas aplicações podem transformar a forma como os militares se preparam para missões e como realizam operações no campo. O uso do metaverso pode proporcionar um treinamento mais realista e eficaz, preparando melhor os soldados para situações de combate.
No entanto, o subtenente também ressalta que o metaverso ainda está em sua fase inicial e carece de uma base teórica mais sólida. A proteção contra riscos cibernéticos é uma das lacunas que precisam ser abordadas para garantir a segurança das operações no ambiente virtual. A falta de um entendimento claro sobre os riscos e desafios associados ao metaverso é um ponto que requer atenção e pesquisa contínua.
Além disso, o impacto real que o metaverso pode ter na sociedade e nas operações militares ainda não é totalmente conhecido. O subtenente acredita que a pesquisa e o estudo nessa área podem gerar impactos significativos no setor militar, mas é necessário um aprofundamento nas discussões sobre suas implicações. A exploração do metaverso deve ser acompanhada de uma análise crítica sobre como essas tecnologias podem ser utilizadas de forma responsável e eficaz.
Em 2022, o Brasil já discutiu a aplicação militar do metaverso em um evento das Nações Unidas, onde oficiais de alto escalão das forças armadas participaram. Durante esse evento, foi alinhado que os militares brasileiros poderiam começar a utilizar o metaverso para realizar testes e simulações. Essa iniciativa demonstra o interesse crescente em integrar tecnologias emergentes nas operações de defesa, destacando a importância de se manter a paz mundial e aprimorar as capacidades das forças de segurança.