À CNN Rádio, John Paul Hempel Lima avaliou que o Metaverso é uma boa oportunidade para o Brasil ser protagonista da tecnologia
Cada vez que uma tecnologia surge, é natural que a primeira reação seja de receio, ou mesmo resistência.
Em 2021, o Facebook anunciou que investirá para se tornar, em até cinco anos, uma “empresa de metaverso”.
Mas o que isso significa exatamente e como isso vai interferir nas nossas vidas no futuro? Para ajudar a explicar, a CNN Rádio ouviu o professor John Paul Hempel, que é coordenador dos cursos de Engenharia da FIAP.
“O metaverso é um conjunto de ambientes virtuais onde a gente vai interagir, socializar, criar, estudar, trabalhar, consumir e se divertir”, disse.
Segundo ele, “nós já somos muito digitais”, com consumo de streaming e, obviamente, redes sociais.
“Estamos vendo grande movimento das empresas de tecnologia, que perceberam que durante a pandemia a gente foi obrigado a ficar em casa e teve que se adaptar, para estudar e trabalhar.
Foi um catalisador para que as empresas falassem que agora é a vez do metaverso.”
Mas qual a diferença para o que já temos hoje? “Por mais que a gente consiga trabalhar e interagir com colegas de maneira digital, sentimos a necessidade de imersão.”
“A gente gostaria de ver, estar em um mesmo ambiente, ter mais liberdade para olhar para um lado e outro, no metaverso gente fala de realidade virtual e aumentada, essas novas tecnologias são incorporadas.”
Metaverso na prática
As tecnologias que podem ser aplicadas ao Metaverso são muitas.
Como John Paul explica, há o movimento “digital twins”, em que engenheiros de várias partes do mundo, no ambiente virtual, analisam o desempenho de aviões que estão voando em tempo real.
“O metaverso permite que eu vá dar uma aula e consiga falar com pessoas de Singapura, EUA, África e no Brasil, permite mais inclusão.”
Novas profissões e chance de protagonismo
John Paul acredita que veremos uma “série de novas profissões criadas”: “Há arquitetos de ambientes virtuais, só o Facebook tem 11 mil engenheiros para construção do metaverso, até estilistas virtuais, que criam roupas pros avatares.”
O especialista destaca que, apesar de o Brasil ser desigual, o país é “um dos maiores consumidores de digital do mundo, um dos mais conectados do planeta.”
“O governo poderia criar políticas para que o Brasil estivesse na vanguarda de desenvolvimento das novas profissões, é uma grande oportunidade, a gente consome, mas cria pouco, com incentivos de treinamento poderíamos ser um dos protagonistas dessa nova tecnologia.”
Repercussão legal
Como toda nova tecnologia, há ônus e bônus. O professor afirma que já há tipificações de crimes cibernéticos, como injúria racial e assédio, mesmo no ambiente virtual.
“Existe a Justiça, mas obviamente não consegue prever quais novas formas de interação terão, de tempos em tempos deverá ser revisto, crimes financeiros também podem acontecer no metaverso, tem que ter esse cuidado”, completou.