Conforme destaca Paulo Cabral Bastos, descobrir novos destinos por meio da gastronomia é uma das formas mais ricas de viajar. Em vez de priorizar pontos turísticos tradicionais, muitos viajantes têm dado preferência a mercados locais, restaurantes autênticos e pratos típicos. Essa mudança de foco transforma a experiência: cada refeição se torna parte essencial do roteiro, capaz de revelar aspectos culturais, históricos e afetivos de um lugar.
Planejar uma viagem tendo a culinária como guia exige olhar atento e disposição para experimentar. O que antes era apenas um “plus” no passeio, hoje se consolida como motivação principal. Da comida de rua ao restaurante estrelado, o paladar dita o caminho — e, com a ajuda certa, é possível montar roteiros completos que priorizam sabores, ingredientes regionais e tradições à mesa.
A seguir, veja como tornar isso possível de forma prática e envolvente.
Por onde começar um roteiro gastronômico?
O primeiro passo é escolher o destino com base em sua diversidade culinária. Pesquisar sobre comidas típicas, festivais gastronômicos e tradições alimentares ajuda a entender se aquele lugar oferece uma experiência rica ao paladar. Paulo Cabral Bastos enfatiza a importância de conhecer regiões que preservam receitas locais e valorizam a produção artesanal. O sul da Itália, a região de Oaxaca no México ou o interior de Minas Gerais no Brasil, por exemplo, são verdadeiros paraísos para quem quer explorar sabores autênticos.
Vale montar uma lista com pratos imperdíveis e os locais mais indicados para experimentá-los. É importante incluir tanto restaurantes renomados quanto opções mais simples, como feiras e pequenos estabelecimentos familiares. Essa mescla garante não só variedade de sabores, mas também contato com o cotidiano local. O segredo é equilibrar experiências para todos os bolsos e deixar espaço na agenda para surpresas fora do roteiro.

Como usar a comida para se conectar com a cultura local?
Comer fora do hotel é um mergulho na cultura local. Observar os hábitos à mesa, os ingredientes usados e até os horários das refeições diz muito sobre um povo. Paulo Cabral Bastos destaca que experimentar a culinária regional é como visitar um museu vivo. Cada prato conta uma história sobre imigração, clima, tradições religiosas e valores sociais. Por isso, a gastronomia é também uma forma de educação cultural.
Participar de oficinas, tours gastronômicos ou até visitar produtores locais pode enriquecer ainda mais a experiência. Conhecer como se faz um queijo típico, acompanhar uma colheita ou entender os bastidores de um prato famoso são formas de estreitar laços com a comunidade. Essas atividades criam memórias afetivas que vão muito além do gosto.
Quais erros evitar ao planejar uma viagem voltada à gastronomia?
Um erro comum é focar apenas em restaurantes famosos e esquecer que a verdadeira riqueza gastronômica muitas vezes está nos pequenos detalhes. Paulo Cabral Bastos reforça não subestimar os mercados municipais, vendedores de rua e cozinhas caseiras. Esses locais costumam oferecer experiências mais autênticas, com sabores únicos que não se encontram em guias tradicionais. Ignorar essas opções pode limitar a profundidade da viagem.
Sabores que guiam destinos
Montar uma viagem baseada na gastronomia é uma forma criativa de transformar cada refeição em um capítulo da aventura. Paulo Cabral Bastos conclui que esse tipo de roteiro desperta o olhar para o detalhe, para o encontro e para a memória afetiva. Quando viajamos com o paladar como guia, não apenas conhecemos novos lugares, mas passamos a compreendê-los de dentro para fora, pela forma como se alimentam e acolhem.
Autor: Fred Kurtz